Como sempre, o blog Anais Politicos inovando em suas reportagens. Nesta aqui reproduzida ela fala de algo que me é tão caro: caridade.
E também serve de reflexão sobre o que é, na realidade, o capitalismo: sistema econômico egoísta, onde não há espaço para qualquer sentimento que seja humano.
Eis o artigo:
Convém lembrar o seguinte nesta lista. O CEO da Motorola, Sanjay Jha anunciou centenas de demissões ano passado por causa da chamada crise. Porém, recebeu 105 milhões de dólares entre salário e bônus no último ano.
Com uma conta bem grosseira, mas só para demonstrar a insanidade do sistema financeiro global, e a demência do que os estadunidenses se acostumaram a chamar de "livre mercado", o salário médio de um americano gira em torno dos 4300 dólares por mês. Isso para um cidadão que viva dignamente. Nem rico, nem pobre. Pois bem, com os ganhos anuais desse senhor da Motorola, cada um dos 400 demitidos de sua empresa poderiam ficar sem ganhar um centavo da empresa por 5 anos, e mesmo assim viverem decentemente.
Daí, eis que lançamos nossos olhares para o Brasil. Quanto ganharam no último ano os executivos da Embraer? Ou das empresas que têm os maiores PIB da FIESP. E quantos empregados foram demitidos para não deixar baixar a margem de lucro deles e dos acionistas?
Não seria uma obra verdadeiramente cristã topar receber um pouco menos de bônus ou aceitar que aquele excedente do capital bursátil pudesse ser direcionado para que os funcionários mantivessem o emprego e a economia continuasse girando, praticamente excluindo o aparecimento da tal crise?
Ou por acaso o principal da crise não ocorre por causa da baixa no consumo ocasionada ou pelo medo do desemprego, ou pelo próprio desemprego, em sí?
Agora vamos lá, quanto se gastou em publicidade no último ano uma companhia como a VW para vender seu Gol, contratando Gisele Bundchen e Sylvester Stallone como garotos propaganda?
O que você diria, o Gol venderia mais tendo esses dois no comercial de TV, ou venderia mais se toda dinheirama jogada fora em publicidade fantástica fosse direcionada a promover um desconto real no valor de cada automóvel? Você aceitaria não ver Gisele e Stallone na TV, nos outdoors e etc., para ter um desconto de 800 reais no seu carro durante um mês do ano?
E veja, não estou dizendo para acabar com os comerciais, o que desempregaria muita gente da publicidade. Estou apenas dizendo para racionalizar as campanhas. Mas daí significaria extinguir as festas promovidas, as viagens dos bacanas, os coquetéis e tudo aquilo que você sabe que tem mas eles nem mencionam quanto custa.
Verdade ou mentira que existe uma piscina de estupidez nesse capitalismo tão avançado dos países do G20?
Obama se disse escandalizado com a farra dos bônus e claro, pela lei, ele não pode cortá-los. A questão é, quem se importa?