Mostrando postagens com marcador mentiras. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador mentiras. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 3 de maio de 2011

Entre verdades e mentiras





Cada guerra é precedida por uma mentira dos meios de comunicação de massa. Hoje Bush ameaça a Venezuela e o Equador. Amanhã será o Irã? E depois, quem mais?

(...) Recordemos simplesmente quantas vezes os mesmos Estados Unidos e os mesmos meios já nos manipularam.

Cada grande guerra se “justifica” pelo que mais tarde (demasiado tarde) aparecerá como uma simples desinformação. Um rápido inventário:

1) Vietnã (1964-1975)
Mentira midiática: Nos dias 2 e 3 de agosto o Vietnã do Norte teria atacado dois barcos dos Estados Unidos na baía de Tonkin.
O que se saberá mais tarde: Esse ataque não aconteceu. Foi uma invenção da Casa Branca.
Verdadeiro objetivo: Impedir a independência de Vietnã e manter o domínio dos Estados Unidos na região
Conseqüências: Milhões de vítimas, malformações genéticas (agente laranja), enormes problemas sociais.

2) Granada (1983)
Mentira midiática:: A pequena ilha do Caribe foi acusada de que nela se construía uma base militar soviética e de trazer perigo à vida de médicos americanos.
O que se saberá mais tarde: Absolutamente falso. O Presidente Reagan inventou esses pretextos.
Verdadeiro objetivo: Impedir as reformas sociais e democráticas do premiê Bishop (depois assassinado)
Conseqüências: Brutal repressão e restabelecimento da tutela de Washington.

3) Panamá (1989)
Mentira midiática: A invasão tinha o objetivo de prender o presidente Noriega por tráfico de drogas.
O que se saberá mais tarde: Formado pela CIA o presidente Noriega reclamava a soberania ao fim do acordo do canal, o que era intolerável para os Estados Unidos.
Verdadeiro objetivo: Manter o controle dos Estados Unidos sobre essa estratégica via de comunicação.
Conseqüências: Os bombardeios dos Estados Unidos mataram entre 2 e 4 mil civis, ignorados pelos meios.

4) Iraque (1991)
Mentira midiática: Os iraquianos teriam destruído parte da maternidade da cidade de Kuwait.
O que se saberá mais tarde: Invenção total da agência publicitária Hill e Knowlton, paga pelo emir de Kuwait.
Verdadeiro objetivo: Impedir que o Oriente Médio resista a Israel e se comporte com independência em relação aos Estados Unidos.
Conseqüências: Inumeráveis vítimas da guerra, depois um longo embargo, inclusive de medicamentos.

5) Somália (1993)
Mentira midiática: O senhor Kouchner aparece na cena como herói de uma intervenção humanitária.
O que se saberá mais tarde: Quatro sociedades americanas tinham comprado uma quarta parte do subsolo somali, rico em petróleo.
Verdadeiro objetivo: Controlar uma região militarmente estratégica.
Conseqüências: Não conseguindo controlar a região os Estados Unidos a manterão num prolongado caos.

6) Bósnia (1992-1995)
Mentira midiática: A empresa americana Ruder Finn e Bernard Kouchner divulga a existência de campos de extermínio sérvios.
O que se saberá mais tarde: Ruder Finn e Kouchner mentiram. Eram apenas campos de prisioneiros. O presidente muçulmano Izetbegovic o admitiu.
Verdadeiro objetivo: Quebrar uma Iugoslávia demasiado esquerdista, eliminar seu sistema social, submeter a zona às multinacionais, controlar o Danúbio e as estratégicas rotas dos Bálcãs.
Conseqüências: Quatro atrozes anos de guerra para todas as nacionalidades (muçulmanos, sérvios, croatas). Provocada por Berlin, prolongada por Washington.

7) Iugoslávia (1999)
Mentira midiática: Os sérvios cometem um genocídio contra os albaneses do Kosovo.
O que se saberá mais tarde: Pura e simples invenção da OTAN como o reconheceu Jaime Shea, seu porta-voz oficial.
Verdadeiro objetivo: Impor o domínio da OTAN nos Bálcãs e sua transformação em polícia do mundo. Instalar uma base militar americana no Kosovo.
Conseqüências: Duas mil vítimas dos bombardeios da OTAN. Limpeza étnica de Kosovo pelo UCK, protegido pela OTAN.

8) Afeganistão (2001)
Mentira midiática: Bush pretende vingar o 11 de setembro e capturar Bin Laden
O que se saberá mais tarde: Não existe nenhuma prova da existência dessa rede. Além disso, os talibãs tinham proposto extraditar Bin Laden.
Verdadeiro objetivo: Controlar militarmente o centro estratégico da Ásia, construir um oleoduto que permitisse controlar o abastecimento energético do sul da Ásia.
Conseqüências: Ocupação extremamente prolongada e grande aumento da produção e tráfico de ópio.

9) Iraque (2003)
Mentira midiática:: Saddam teria perigosas armas de destruição, afirmou Colin Powell nas Nações Unidas, mostrando provas.
O que se saberá mais tarde: A Casa Branca ordenou falsificar esses relatórios (assunto Libby) ou fabricá-los.
Verdadeiro objetivo: Controlar todo o petróleo e chantagear seus rivais; Europa, Japão, China…
Conseqüências: Iraque submerso na barbárie, as mulheres devolvidas à submissão e ao obscurantismo.

10) Venezuela – Equador (2008?)
Mentira midiática: Chávez apoiaria o terrorismo, importaria armas, seria um ditador (o pretexto definitivo parece não ter sido escolhido ainda).
Verdadeiro objetivo: As multinacionais querem seguir com o controle petroleiro e de outras riquezas de toda América Latina, temem a libertação social e democrática do continente.
Conseqüências: Washington empreende uma guerra global contra o continente: golpes de estado, sabotagens econômicas, chantagens, estabelecimento de bases militares próximas às riquezas naturais.

Fonte
http://blogdomello.blogspot.com/

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

As eleições e farsa: uma história recorrente

Era o ano de 1989. Lula, candidato pelo PT e seu adversário, Collor pelo PRN. No último debate da Globo, veio o que seria a facada mortal para eleição do metalúrgico: Collor afirma que Lula irá confiscar a poupança da população. No dia seguinte ao debate, montagem realizada pela Rede Globo acentua o medo. Spots da farsa são transmitidos e retransmitidos.

O resultado é que, amendrontados com a possível perda de suas economias guardadas com esforço naqueles anos de inflação galopante, o voto libertador não acontece. Collor é eleito com cerca de 49% dos votos. Após tomar posse no dia 15 de março de 1990 sua ministra da economia, Zélia Cardoso de Mello, anuncia no dia 16 de março o plano para tentar conter a inflação denominado Plano Brasil Novo, que passou a ser chamado de Plano Collor. A ideia foi bloquear, por 18 meses, os saldos superiores a NCz$ 50 mil nas contas correntes, de poupança e demais investimentos. Era o confisco que ele atribuíra à Lula no debate.

Hoje, a história se repete. O enredo não é o mesmo, mas o roteiro segue a mesma linha ação: atribuir ao adversário, Dilma Roussef, ações que serão implantadas pelo opositor - no caso em questão o candidato do PSDB José Serra.

Simples ilação? Pois vejamos.

Quando Ministro da Saúde do Governo FHC, Serra assinou em 1998 a norma para " Prevenção e tratamento dos agravos resultantes da violência sexual contra as mulheres". O texto normatiza a conduta médica a ser realizada em procedimentos para o aborto em mulheres que sofreram violência sexual. O documento está disponível em vários sítios da internet como por exemplo em http://www.simboragora.com/2010/10/jose-serra-assinou-lei-do-aborto-como.html.

Em 21 de dezembro de 2009, Lula aprova o Decreto 7037 que trata do Programa Nacional de Direitos Humanos que está disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D7037.htm.

O documento é apresentado como roteiro para "seguirmos consolidando os alicerces desse edifício democrático: dialógo permanente entre Estado e sociedade civil; transparência em todas as esferas de Governo; primazia dos Direitos Humanos nas relações internas e intrenacionais; caráter laico do Estado (grifo meu); fortalecimento do pacto federativo; universalidade, indivibisilidade ee intredependência dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais, culturais e ambientais; opção clara pelo desenvolvimento sustentável; respeito à diversidade; combate às desiguladades; erradicação da fome e da extrema pobreza".

Apresentação do PNDH-3 pode ser obtida em http://portal.mj.gov.br/sedh/pndh3/pndh3.pdf

Nas 25 diretrizes constantes do documento,nem mesmo nos objetivos estratégicos apresentados no documento anterior a palavra "aborto" pode ser encontrada. Então, porque os conservadores católicos se mostram tão resistentes ao PNHD-3?
O motivo está claro no texto da apresentação assinado por Lula : a diretriz de transformar o Brasil em um Estado de caráter laico, o que não agrada aos ministros da Igreja Católica nem os participantes da velha organização Tradição-Família-Propriedade (TFP).

É neste ponto do PNDH-3 que se prendem os adversários de Dilma Roussef. Certamente associam que um Estado laico é um Estado amoral.

Conforme o Professor da faculdade de Direito da UFMG, João Baptista Vilela " Não faz mal, enfim, recordar que moral vem do latim mos, moris, que significa "costumes". Os costumes se formam pelas práticas reiteradas das sociedades, o que supõe serem achadas, por algum motivo ou por vários, boas e merecedoras de acolhimento. Que as religiões atuem na formação dos costumes não é de estranhar. A separação entre o profano e o sagrado é muito mais produto de um esforço mental do que um processo descritivo e exato da complexa experiência humana. Onde está o homem, aí está a interrogação diante do mistério da vida. É, portanto, também o encontro com a transcendência, ainda que seja para negá-la. Pode-se discutir se o homem é ou não um ser naturalmente religioso. Mas não há dúvida de que, tanto quanto nasce livre, cresce, vive e morre sob a convocação permanente do juízo moral. Ser homem, com efeito, é ter consciência do poder de escolha. E são as escolhas que tecem as práticas sociais e fazem a história."

Diz ainda o professor José Batista: O Estado laico nasce com a Revolução Francesa, cuja divisa era justamente a tríade "liberdade, igualdade, fraternidade". O anticlericalismo notório dos arautos da Revolução Francesa não os impediu de proclamar, como seus, ideais que há muitos séculos faziam parte do mais indisputado núcleo das religiões cristãs. Quem pensa que igualdade, liberdade e fraternidade são uma descoberta da Revolução Francesa, certamente nunca leu as Epístolas de Paulo. Tampouco se pode acusar a República Federativa do Brasil de fazer proselitismo religioso porque o preâmbulo de sua Constituição afirma o compromisso com "uma sociedade fraterna".
(Artigo em http://www.ufmg.br/boletim/bol1506/segunda.shtml)

Portanto, os valores que permeiam a ação do Governo Lula, conforme definido no PNDH-3 em nada são contrários à moral que hoje permeia por toda sociedade brasileira.

Entretanto, para o grupo de poder hoje formado alguns por setores da elite econômica, religiosa, cultural a simples menção à construção de um Estado laico é associado a um modelo de socidade dissociado de qualquer valor.

Claramente apoiado por este grupo, José Serra compromete-se com os estamentos desta minoria e, junto com eles, declara sua guerra ao que se pode chamar de continuição do modelo Lula de efetiva conquista dos direitos e garantias fundamentais alencados na Constituição-Cidadã de 1998, que sempre foi anatematizada pelas forças conservadoras.

As armas deste grupo são as mesmas de sempre e se repetem de eleição em eleição, como é demonstrado no comparativo entre episódio do confisco da poupança x PNDH-3.

Portanto, àqueles que acreditam que Serra é o seu arauto, cuidado: assim como Collor, ele irá trair seu acordo e deixá-los à margem da estrada assim que ascender ao poder que ele tanto almeja.

Quanto aos que desejam a verdade e a liberdade, sugiro: instruam-se e informem-se. Nem tudo que a mídia ou panfletos apócrifos oferecem são a verdade. Construa ela você mesmo.

PS - Infelizmente, não consgui o vídeo que foi editado pela Rede Globo que selou o destino do então candidato Lula em 1989, mas ofereço o vídeo no qual a então Ministra Zélia Cardoso de Mello anuncia o confisco.

http://www.youtube.com/watch?v=7KHza2R-C-E