2012: essa é a data que vários profetas, astrólogos, religiões, maias, astecas, Nostradamus, dizem que o mundo vai acabar. Mas de que mundo falamos? Deste mundo torpe, crivado de desamor e injustiça? Do mundo que vemos nos jornais e na TV, onde a violência de todas as formas e matizes explode, expalhando o sangue e a dor dos inocentes ou não em nossa consciência?
Será que não estamos querendo acabar com esse mundo que tanto nos oprime porque somos incapazes de mudá-lo? Porque queremos seu fim e trabalhamos com toda força de nosso querer? Se não, porque as televisões só falam em fim dos tempos? Quantas vezes a humanidade esteve à beira do precipício? A queda de Jerusalém com a destruição do Templo , a Idade Média e a escuridão do viver, a crueldade da Inquisição, a capitalização do mundo, as guilhotinas da Revolução Francesa, a escravização do ser humano na Revolução Industrial, a Primeira Guerra, a Segunda Guerra, a bomba de Hiroshima, a Guerra Fria, a crise dos mísseis de Cuba, a violência das ditaduras latino americanas, a Guerra da Coreia, do Vietnã, da Argélia, de Angola, do Haiti, do Afeganistão. do Iraque, da Etiópia, os massacres de diversos povos africanos.... todos os dias o mundo acaba para um ou para muitos. Uns vão serenos, como folhas que caem lentamente do alto de uma árvore; outros são arrancados pelas raízes, com suas flores e frutos. Seria melhor que admitíssemos que não estamos mais aguentando tudo isso; que viver está muito, muito pesado. Por isso, decidimos que o mundo vai ter que acabar para que seja possível sua reconstrução.
Mas não é o mundo que precisa de nova estrutura: somós nós, seres humanos que precisamos olhar para nosso mundo interior. Esse sim, precisa de reforma pois que extrapola para o mundo de fora onde vivem todos.
Não, o mundo não vai acabar, não. Nós é que vamos deixar este mundo para aqueles que o merecem.